Associação de Surf de Balneário Camboriú questiona repasses do Fundesporte
A Associação de Surf de Balneário Camboriú (ASBC) entrou com um ofício na Secretaria de Esportes de Santa Catarina questionando os valores repassados pelo Fundo Estadual de Esporte (Fundesporte) nos últimos dois anos. Segundo a entidade, os recursos destinados ao surf – modalidade símbolo da cidade – não correspondem à importância esportiva e turística da prática no município.
Os números em discussão
Documentos obtidos pela reportagem mostram:
- R$ 2,1 milhões – valor total repassado pelo Fundesporte para esportes aquáticos em SC (2022-2023)
- R$ 180 mil – parcela destinada especificamente ao surf em Balneário Camboriú
- 12ª posição – colocação do surf entre modalidades que receberam verbas
Argumentos da Associação
A ASBC alega que:
- O surf movimenta R$ 15 milhões/ano na economia local
- A cidade sedia etapas de circuitos internacionais
- Há 200 atletas em formação nas escolinhas públicas
- Os repasses não cobrem nem 10% das necessidades básicas
O que diz o Fundesporte
Em nota, a Secretaria de Esportes afirmou:
- Os repasses seguem critérios técnicos estabelecidos em lei
- Há 23 modalidades contempladas no estado
- O surf recebeu 15% a mais em 2023 comparado a 2022
Impacto nos atletas
Campeã catarinense júnior, Ana Beatriz Souza, 17 anos, relata:
“Treinamos com pranchas cedidas por voluntários. Sem verba, não temos como participar de competições fora do estado”
Próximos passos
A ASBC anunciou que:
- Protocolou pedido de audiência pública na Assembleia Legislativa
- Iniciou campanha “Surf é Esporte” para pressionar por mais recursos
- Estuda entrar com ação judicial por distribuição desigual de verbas
Enquanto isso, a temporada de ondas 2024/2025 se aproxima sem garantias de estrutura adequada para revelar novos talentos catarinenses.